Ainda não tenho favorito para a câmara de Lisboa mas, se pudesse, ia buscar o João Soares a Sintra e colocava-o no seu antigo gabinete da Praça do Município. Mais ladrilho menos ladrilho, foi, de todos os que recordo, e já foram alguns, o melhor presidente que Lisboa teve. Assim, nesta fase que se afigura transitória, preferia jogar pelo seguro e apostar em quem conhece a câmara e os seus problemas, tem experiência do lugar e gostava verdadeiramente do que fazia.
Tenho simpatia por Helena Roseta mas não gosto da gente que a rodeia. Também não admiro especialmente os independentes vindos dos partidos políticos, sobretudo nas circunstâncias em que Helena Roseta decidiu retirar-se. A sua condição profissional de arquitecta e bastonária da respectiva Ordem também me faz desconfiar do pior, atendendo aos mamarrachos que os seus ilustres colegas vão espalhando por Lisboa e resto do país. A sua ideia de impor restrições ao acesso de automóveis à cidade, através do pagamento de portagens, não só não é nova como me soa a populismo barato. Acredito, e sou utilizador de transportes públicos, que se a oferta de alternativas ao transporte privado for aceitável, as pessoas vão aderir naturalmente às suas vantagens.
Não sei como será António Costa a tratar de problemas tão transcendestes como a recolha do lixo, tão habituado que está a actividades mais sofisticadas e aos jogos políticos em outros tabuleiros. António Costa, mesmo quando trata de um incêndio na mata, é o grande estratega, o general, nunca o sapador. É disso que nos têm convencido. Por outro lado, acho sinistra aquela figura do Saldanha Sanches, um cacofónico bardo do regime que, ao contrário do colega da aldeia de Astérix, vê a sua voz amplificada pelo poder dos media, sempre apreciadores de grandes e eloquentes vergastadas.
A ver vamos.